Tema foi discutido na palestra do médico veterinário e pecuarista, Rodrigo Albuquerque, que trouxe a evolução do ciclo pecuário atual com projeções para os próximos anos, sendo influenciado por fatores de consumo interno e também pelas exportações
Abrindo a programação desta quarta-feira, 29 de fevereiro, a Tecnoshow Comigo trouxe uma importante discussão sobre o mercado de gado de corte para pecuaristas e criadores a respeito de cenários e perspectivas que impactam toda a sociedade. Com o tema "Pecuária atual, um convite à sua evolução", o médico veterinário e pecuarista, Rodrigo Albuquerque, apresentou um panorama nacional e internacional, com tópicos de atenção ao setor como um todo, com o objetivo de ajudar o produtor rural junto às tendências de mercado para os próximos anos.
Rodrigo, que é cooperado da COMIGO [Cooperativa Agroindustrial dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano], citou que após vivenciar ciclos de evolução em pioneirismo, pela abertura de fronteiras, e zootécnico, a partir de investimentos em pesquisa e conhecimento, a pecuária brasileira vive, atualmente, uma terceira revolução, a financeira, que é ligada a gestão e planejamento. “É um convite ao produtor para evoluir. É bacana o que a gente tem feito na pecuária em termos de evolução zootécnica, ou seja, de produtividade. A gente tem produzido cada vez mais nas últimas décadas. Só que é importante o produtor entender que isso é o que resolvia no passado, mas não é o que vai levar para frente no nosso futuro. Você precisa aliar esse bom resultado zootécnico com uma programação financeira”, explicou. Para isso, ele aponta três pilares focados na gestão de vendas: gestão, tendência e ação de venda.
No caso das tendências – tema da palestra – o médico veterinário considerou a atual realidade do ciclo pecuário e traçou um panorama desde 2014, quando o bezerro estava com preço aquecido no mercado, passando pela retenção de fêmeas, por um período; desmama, na sequência; e, no atual período, em que o ciclo indica tendência do abate de fêmeas e desaquecimento do preço dessas bezerras, até voltar a estar com preço aquecido por volta de 2025. “Em 2025 e 2026 estaremos na fase de alta novamente, mas na minha opinião 2023 tem desafios e oportunidades. Para os produtores preparados, é o momento de compra de matrizes e bezerros, porque o preço está baixo. Para quem tem condições, é momento de investir”, explanou.
Segundo Rodrigo, esse desenho cíclico não leva em conta aspectos de economia, política e clima que interferem no preço e que precisam de atenção do pecuarista. Ele acrescentou, ainda, que o produtor rural precisa levar em conta o mercado interno, tendo o frigorífico não como inimigo, mas como cliente, uma vez que ele ajuda a balizar o consumo, e também o mercado externo, uma vez que as exportações já representam boa parte da destinação da carne brasileira. “Como hoje a gente exporta praticamente 30% da nossa produção de carne, a gente precisa estar antenado com o que está acontecendo lá fora. Aspectos sanitários, habilitações, ganhos ou perdas, acesso a mercados, isso faz hoje uma diferença muito maior do que fazia antigamente porque é hoje 30% da nossa produção e antigamento era 10% ou 15%. Então, a gente precisa estar antenado com o que acontece aqui e lá fora”.
Ele deu o exemplo da China, que é hoje nosso maior comprador. “A China compra 71,5% da nossa carne e é preciso entender o que se passa com esse cliente porque ele tem um impacto grande na formação de preços. O Brasil está com oferta e o mundo está querendo nosso produto. Vejo ainda que apesar do nosso boi estar caindo, ele cai de paraquedas, amparado por outros interesses, como do México, Indonésia, Japão e Coreia”, reforçou. “Os preços que vamos conseguir serão formados considerando atacado e varejo, com influência cada vez maior das exportações. E cada análise deve ser feita de forma individual, porque existem dois tipos de demanda que levam em consideração o consumo voltado para o mercado interno e o outro para o externo”, concluiu.
Como conselho, o palestrante reforçou a atenção que o pecuarista precisa ter à coleta e à análise de dados para a tomada de decisões, preparando-se para anos ruins, com reservas e evolução diária, além de se atentar também ao básico, como água, sal, cerca, cocho, curral e principalmente pasto. “Não é que a gente não tenha muitos desafios em 2023 e provavelmente em 2024. Nós vamos ter. Mas se você conseguir enxergar para fora da casinha esse cenário, vai ver que tem oportunidades e, entendendo esse negócio, quando vier um próximo ciclo de baixa você consegue estar preparado”, finalizou.
Sobre a Tecnoshow Comigo
Com a proposta de auxiliar o produtor rural, a COMIGO iniciou, em 2002, o trabalho de geração e difusão de tecnologias agropecuárias, em Rio Verde, numa área que hoje ultrapassa 170 hectares (área total do CTC). Neste local, a cooperativa promove experiências tecnológicas o ano todo, em parceria com diversas instituições de pesquisa, de ensino e outras empresas, e realiza a Tecnoshow. A diversidade é uma marca registrada do evento. São máquinas e equipamentos agropecuários, plots agrícolas, animais das mais variadas espécies, palestras técnicas e econômicas, ações socioambientais e dinâmicas de pecuária, entre outros produtos e serviços. Trata-se de uma extensa vitrine de tecnologias para o homem do campo, seja pequeno, médio ou grande produtor.
FICHA TÉCNICA
TECNOSHOW COMIGO 2023 – 20 anos
Data: 27 a 31 de março de 2023 (segunda a sexta-feira)
Local: Centro Tecnológico COMIGO (CTC) - Rio Verde – GO (Rodovia GO 174 S/N área rural de Rio Verde)
Horário: 8 às 18 horas
Entrada gratuita
Site: www.tecnoshowcomigo.com.br
Instagram: @tecnoshowcomigo
Twitter: @tecnoshowcomigo
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