Os resultados abrangem principalmente as culturas de milho e soja e apresentam melhorias em rendimento, nutrição e absorção de água
Com o objetivo de abordar os diferentes aspectos sobre o controle de qualidade da produção de bioinsumos, a Embrapa lançou na terça-feira, 09/04, durante a 21ª edição da Tecnoshow COMIGO, o “Manual de Análises de Bioinsumos para Uso Agrícola: Inoculantes”, que foi marcado pela palestra da engenheira agrônoma, doutora em Ciência do Solo e pesquisadora da Embrapa Soja em Londrina (PR), Mariangela Hungria.
A publicação foi escrita pela pesquisadora junto ao doutor em agronomia, pesquisador da Embrapa Soja em Londrina, Marco Antônio Nogueira, e a mestre em microbiologia e analista da Embrapa Soja também em Londrina, Eduara Ferreira. O grupo de pesquisa trabalha especificamente com bioinsumos para substituir total ou parcialmente o uso de fertilizantes químicos.
“Este lançamento é um orgulho muito grande para nós. Atualmente, cerca de 35% de toda área cultivada com soja no Brasil utiliza a coinoculação da soja. Com Bradyrhizobium, por exemplo, são mais de 12 milhões de hectares”, diz a pesquisadora Mariangela Hungria.
Durante os estudos e testes, a pesquisadora conta que microrganismos, que antes eram trabalhados somente como substituição de nutrientes, também se mostraram eficientes no aumento da absorção de água, dando maior tolerância à seca. Então parte do rendimento também é devido a essa resistência às mudanças climáticas.
Em 2014, a Embrapa lançou a tecnologia de coinoculação da soja e do feijoeiro, que consiste em combinar uma prática já conhecida entre os produtores: a inoculação das sementes com bactérias de Bradyrhizobium para a soja, ou Rhizobium para o feijoeiro, com a inoculação com Azospirillum, uma bactéria até então conhecida no Brasil por sua ação promotora de crescimento em gramíneas.
“Apesar da diversidade brasileira, conseguimos alcançar resultados bem consistentes. Em áreas de soja que chamamos de ‘velhas’, o uso anual do Bradyrhizobium aumenta em 8% o rendimento e com a inoculação esse número dobra. Já com o milho, esse aumento alcança em média de 3 a 5%, além da diminuição de fertilizantes nitrogenados em cerca de 25%”, diz Mariangela.
Não basta usar bioinsumos, é preciso ter conhecimento
Um dos pontos de destaque da palestra foi a atenção necessária para a utilização dos bioinsumos. A pesquisadora enfatiza a importância de ter todo o conhecimento sobre os microrganismos e a correta aplicação, como o uso de produtos com registro no MAPA e dentro do prazo de validade; distribuição homogênea das sementes; verificação da compatibilidade entre os biológicos utilizados, entre outros.
“Dentro de uma mesma espécie nós temos os tipos que são mais ou menos eficientes. Então isso requer muito trabalho e pesquisa para identificar quais as necessidades de cada caso e outras especificidades, como dosagem e modo de aplicação. Então não é somente usar o microrganismo”, conclui.
O presidente executivo da COMIGO, Dourivan Crurvinel, também estava presente no lançamento e reforça a relevância da publicação. “A Tecnoshow COMIGO é um espaço fundamental para o compartilhamento de conhecimento e divulgação de todas as inovações e tecnologias do agro nacional. É uma honra sermos palco de mais um relevante lançamento da Embrapa”.
O manual está disponível gratuitamente em ainfo.cnptia.embrapa.br
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