Adoção de práticas e uso de produtos que trabalham com a tecnologia ganharam mais espaço em palestras, rodas de conversa, bem como junto a expositores que participam da feira, em Rio Verde
O uso de insumos de base biológica, os bionsumos, tem crescido de forma exponencial em Goiás, especialmente após a criação da Lei Estadual nº 21.005/2021 que instituiu o Programa Estadual de Bioinsumos. A prática, que já era conhecida pela aplicação de diversas técnicas mundo afora, ganhou novo status de olho em uma nova revolução no campo, mais sustentável e lucrativa ao produtor rural, uma vez que se propõe a substituir insumos químicos, naturalmente mais caros e dependentes de fatores externos, como importações de outros países. Por todo o Estado, diversas entidades, instituições de pesquisa e ensino, extensão e assistência técnica, bem como empresas que trabalham com pesquisa e desenvolvimento, se debruçaram a promover sua utilização e criar novas soluções ao produtor rural, tanto que a temática está presente em diversos pontos da programação da Tecnoshow Comigo 2023.
“Sobre os bioinsumos nós sabemos que têm crescido muito no País, exponencialmente, a cada ano. E nós trazemos essa pauta importante, juntamente com a Embrapa, com os Institutos Federais, Faeg, com todos, para a Tecnoshow Comigo, porque realmente essa produção on farm está fazendo com que o produtor tenha uma redução do custo de produção e ao mesmo tempo, também, um melhor cuidado com as nossas lavouras no campo”, avaliou o secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tiago Mendonça.
A Seapa é a coordenadora do programa em Goiás, primeiro estado a criar uma legislação sobre o tema no Brasil, e junto a diversos parceiros tem construído uma rede de difusão e incentivos à tecnologia por todo o Estado. “Com certeza, é algo que vai continuar crescendo e nós vamos continuar dando ênfase nessas políticas públicas importantes para o Estado e o País. E, aqui, na Tecnoshow, isso é reforçado porque é uma feira que recebe produtores do Brasil inteiro. Então, colocar essa pauta é fundamental para o crescimento dessa tecnologia que é milenar e que tem sido tratada de uma forma diferente pelo governo federal”, pontuou o secretário. Ele participou de um debate sobre o tema promovido pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Goiás (Aprosoja Goiás) e parceiros, na quinta-feira, 30 de março, durante a feira.
Entre os parceiros que têm contribuído significativamente está a Embrapa. Na Tecnoshow Comigo, a empresa apresentou resultados de pesquisa, como exemplo, que comprovam que as sementes de milho inoculadas com a bactéria Azospirillum brasilense (estirpes Ab-V5 e Ab-V6) possibilitam a redução média de 25% da adubação nitrogenada de cobertura, considerando a dose de 90 quilos por hectare de nitrogênio. A tecnologia de inoculação do milho com a bactéria Azospirillum brasilense permite ainda um incremento médio de 3,1% na produtividade de grãos, segundo a instituição. “O produtor precisa ganhar dinheiro, e nossa visão é como desenvolver tecnologias que respondam a diferentes sistemas de produção”, relatou o chefe-geral da Embrapa Arroz e Feijão, Élcio Guimarães, também presente no debate promovido pela Aprosoja, que reforçou que a Embrapa tem os bioinsumos como objeto de pesquisa em várias unidades.
Resultados comprovados
Também presente na feira, levando a pauta de bioinsumos aos visitantes, o Instituto Federal Goiano (IF Goiano), responsável pela gestão do Centro de Excelência em Bioinsumos (Cebio), apresentou um caso de sucesso do uso desse tipo de tecnologia, durante a Tecnoshow Comigo. O professor e pesquisador, engenheiro agrônomo Alexandre Igor de Azevedo Pereira, apresentou como a prática de bioinsumos em soja foi desenvolvida em Urutaí, no Leste do Estado, incluindo resultados e aprimoramentos. “São resultados reais de uma fazenda do Leste goiano, a Morro do Peão, que está passando por um processo de transição entre o uso de controle químico e bioinsumos, e talhões de controle unicamente com uso de bioinsumos”, apresentou.
“Ela começou a trabalhar em 2017 e 2018, e devido ao fato de o proprietário ser administrador, ele viu a necessidade de estar reduzindo os custos de produção e dessa forma eles adquiriram unidades de biofábricas. A ideia é reduzir, cada vez mais, em duas grandes vertentes: o uso de fertilizantes, com a economia de R$ 500 mil por safra, em média, e também a economia com inseticidas”, explicou. De acordo com o professor, “saem de uma aplicação para percevejo, por exemplo, com produtos premium, que são utilizados a base de organofosforado, nicotinóides e piretóides, com média de aplicação, de R$ 120 a R$ 150 o hectare, baixando esse valor para até R$ 30 o hectare, devido aos bioinsumos”, explicou. A fazenda produz soja na safra verão e cultiva HF, que serve para fins agroindustriais, como ervilha, milho doce e tomate industrial, na safra de inverno.
Pelo Cebio, várias entregas serão realizadas de 2022 a 2033, entre elas a ampliação de coleções de microrganismos de interesse biotecnológico nativos do Cerrado; a otimização de biofábricas para utilização on farm; o treinamento e suporte técnico aos agricultores em todas as etapas do processo; a formação de hubs na cadeia de bioinsumos em Goiás; a implantação de laboratórios de análise e certificação da qualidade de bioinsumos; formação de startups e novas empresas; aumento da produtividade e sanidade das culturas com redução dos custos de produção; controle da qualidade da produção dos bioinsumos segundo a legislação; bioprospecção de agentes de biocontrole com reconhecida adaptabilidade regional; dentre outras.
Espaço também entre empresas
Entre os expositores da Tecnoshow Comigo 2023, diversas empresas também apostam na inclusão de bioinsumos nos sistemas de produção, seja em conjunto aos químicos, seja na substituição gradual dos mesmos. Palestrante da última quarta-feira, 29 de março, sobre a evolução do mercado de biológicos no Brasil, Paulo Padilha, engenheiro agrônomo da Indigo, expositora da feira, reforçou os resultados que esses produtos têm trazido aos agricultores, muitas vezes com mais eficácia do que os químicos antes usados. “Está sendo investido muito em tecnologia, em pesquisa e desenvolvimento, tecnologias de inteligência artificial, em biotecnologia que estão trazendo produtos cada vez mais eficazes no controle de pragas, que às vezes nem o controle químico está sendo eficaz”, salientou.
Um dos exemplos foi no uso de bionematicidas, biofungicidas, bioinseticidas e inoculantes. “Os nematoides trazem hoje R$ 25 bilhões por ano de prejuízo para o agricultor e, hoje, existem vários produtos, vários bionematicidas que estão trazendo resultados fantásticos. Melhor do que o químico, inclusive até em relação aos preços. São mais atrativos, produtos que estão entregando valor para o agricultor. Muito mais do que falar de preço é importante entender o valor que esse produto está entregando”, complementou.
Sobre a Tecnoshow Comigo
Com a proposta de auxiliar o produtor rural, a COMIGO iniciou, em 2002, o trabalho de geração e difusão de tecnologias agropecuárias, em Rio Verde, numa área que hoje ultrapassa 170 hectares (área total do CTC). Neste local, a cooperativa promove experiências tecnológicas o ano todo, em parceria com diversas instituições de pesquisa, de ensino e outras empresas, e realiza a Tecnoshow. A diversidade é uma marca registrada do evento. São máquinas e equipamentos agropecuários, plots agrícolas, animais das mais variadas espécies, palestras técnicas e econômicas, ações socioambientais e dinâmicas de pecuária, entre outros produtos e serviços. Trata-se de uma extensa vitrine de tecnologias para o homem do campo, seja pequeno, médio ou grande produtor.
FICHA TÉCNICA
Próxima edição da Tecnoshow Comigo já tem data marcada: será de 8 a 12 de abril
Local: Centro Tecnológico COMIGO (CTC) - Rio Verde – GO (Rodovia GO 174 S/N área rural de Rio Verde)
Horário: 8 às 18 horas
Entrada gratuita
Site: www.tecnoshowcomigo.com.br
Instagram: @tecnoshowcomigo
Twitter: @tecnoshowcomigo
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